domingo, 13 de setembro de 2009

A canoa do tempo

A canoa do tempo navega entre gerações, construindo e desconstruindo valores, historicizando a cultura de um povo. A canoa do tempo é a Língua falada por uma sociedade, tenha esta apenas a cultura oral ou a cultura escrita.

Quanto mais leio os textos de José Ribamar Bessa Freire, mais aprendo sobre a cultura amazônica. A leitura do livro “Rio Babel: a história das línguas na Amazônia” ajuda a compreender a importância da preservação do uso das línguas indígenas na Amazônia.

A oficialização do uso da Língua Geral da Amazônia, ou nheengatu, em 2003, no município de São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas, é um passo importante no caminho do reconhecimento da importância da cultura dos povos tradicionais da Amazônia.

Dessa forma, como escreveu Bessa Freire, “o nheengatu é, assim, a primeira língua indígena a se tornar oficial numa unidade do território brasileiro, juntamente com o tukano e o baniwa, contemplados pela mesma lei”.

A redação em português e em nheengatu é obrigatória nos documentos dos órgãos públicos de São Gabriel. A canoa se revitaliza.

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